sábado, 3 de novembro de 2012

Apenas por obrigação e registro pós-ressaca eleitoral - resultado nacional e provincial



Hoje todos quase já se esqueceram das eleições provinciais. Passou-se uma semana do resultado, uma vez que é 3 de novembro.
Por todo o país, a gloriosa imprensa das famiglias debatia se Eduardo Campos, o governador de um estado turbinado por obras federais, será o homem da vez para a eleição de 2014. E, claro, se o fraco e pouco vitorioso Aécio Neves se aproximaria dele. Discussão idiota: se Campos tem juízo espera seu tempo e não se alia a Aécio, cuja expressão fora de Minas está por provar-se. O contrário também é verdade: se Campos tem pressa, pode ter mais problemas que soluções. Neste caso é Aécio que deveria esperar. Um detalhe interessante: somente para os analistas da Globonews o PT sai fraco das eleições - confundir desejo com a realidade pode provocar azia.
Serra foi derrotado, em nome da inteligência e contra o obscurantismo, e com ele uma boa parte do PSDB paulista. Os tucanos se renovarão? Para sua saúde é melhor que sim. Mas sem Sergio Guerra, Jereissati, José Anibal ou Alvaro Dias, não é? Deve ter coisa melhor guardada. Não sei se Arthur Virgílio é melhor, mas parece mais inteligente.
Ah, sim, tem o governo federal. Análises pós eleitorais tendem a enfatizar o local e esquecer o mais amplo. Algum incauto imagina o governo federal cheio de inação diante do cortejo de Aécio a Campos e do dar de ombros deste ao governo? A presidente no Planalto tem uma popularidade altíssima e energia para queimar.
Haddad representa uma nova geração no PT, da mesma forma que Campos representa isso para o PSB. Já Aécio não sei se é exatamente assim no PSDB, ainda que ele acredite que seja. Lula saiu mais forte, para variar, no candidato onde ele depositou suas fichas decisivamente. O bombardeio contra Lula vai aumentar, vindo desde a redação de jornais e revistas que representam a oposição até ilações de procuradores.
PT e PSB cresceram mais, PSDB menos e DEM continua encolhendo. ACM Neto é um espasmo, não uma liderança.

Na província de Juiz de Fora, resultado de uma das mais fracas, pouco debatidas e terríveis eleições dos últimos anos, onde quase nada de relevante foi apresentado, venceu o jovem candidato (38 anos) do PMDB. Sobre ele, escrevi na semana do dia 10 de outubro:

Bruno Siqueira aparece como jovem e capaz na publicidade, mas de onde veio? Como é sua relação com o passado? Itamar? Mas Bruno respira política desde que veio ao mundo, filho e afilhado (no sentido religioso-afetivo) de políticos é o que ele também é. Sua vida política inicia-se na Câmara de Vereadores e, na metade do segundo mandato, vai para a Assembleia Legislativa. Engenheiro de formação, não sei dizer se exerceu a profissão de Engenharia...
Se o tema da mudança chegou ao podium, o que restará para as campanhas? Acredito que Bruno precisa urgentemente falar de si, do seu passado, de suas opiniões sobre a cidade e até sobre a vida. Precisa mostrar sua história e que sua falta de experiência pode ser um fator positivo...
Certo é que o "novo" precisa qualificar-se, afirmar porque veio, sob pena de prometer ao eleitorado um banquete pantagruélico e entregar no fim um almoço com 100 gramas de alimento.

Com sua vitória, temo que Bruno Siqueira continue precisando fazer tudo o que foi escrito acima. Senão fica parecendo com aquele personagem que, sem saber o que fazer, entrega-se ás mãos de outros e começa um desmonte. Que seja o contrário aquilo que acontecerá.

Terminou esta festa. A vida continua. Espero voltar a escrever sobre coisas melhores.