sexta-feira, 17 de outubro de 2014

10 dias para o pleito - Uma eleição paradigmática pela disseminação do ódio

Eleições são momentos mágicos, onde a escolha de um se reúne à escolha de muitos e todos produzem um governo legítimo. Mas até a urna há uma via sacra de horrores. O que está acontecendo no segundo turno é um filme de péssimo diretor, sem trilha sonora, enredo sofrível e um ódio interminável. Não desejo incentivar o ódio, mas não compreendo a campanha dos apoiadores de Aécio. Sou eleitor declarado de Dilma, nunca escondi essa preferência, voto na centro-esquerda democrática ou na esquerda consequente e não posso aceitar ser chamado de desinformado, ignorante ou idiota por isso. Também não sou um petralha, esse adjetivo sofrível inventado por um articulista conservador e irresponsável; ou esquerda caviar; ou anta ou coisas assim; também nunca desejei que Dilma ou Lula voltassem a desenvolver uma doença terrível como o câncer, que pode devastar. Eu não vejo eleitores de Dilma, e digo sinceramente e espero ter o benefício da dúvida, se comportar dessa forma deselegante, ofensiva ou algo assim. Na maioria das vezes, o eleitor de Dilma responde com ironia, algumas até exageradas, mas o ódio tem sido atributo de muitos eleitores de Aécio. Podem fazer alusões a Aécio como consumidor de drogas ou recusando-se ao bafômetro, mas desejar sua morte? De onde isso vem? Nós não passamos anos e anos suportando uma imprensa de grandes famílias que distorce a realidade, mente sobre dados, só apresenta notícias negativas; da revistas que empregam articulistas de ódio; de economistas que somente encontram notícias ruins; de pesquisas eleitorais estranhas. O governo Dilma enfrentou pouco alguns problemas, um deles foi não debater a democratização da mídia; outro foi não aprofundar a universalização de serviços públicos; outro foi não enfrentar o rentismo . Não é possível um país chegar às eleições, faltando 10 dias, e voltarmos aos anos 50 e ao "mar de lama". A prática é lacerdista, a linguagem também. Posso entender as campanhas e as estratégias, mas o ódio em geral está terceirizado é pela mídia, seus corifeus e chega aos eleitores, que parecem se sentir em uma república de bananas. O fato é que Dilma fez um governo bastante razoável pilotando-o em meio a uma grave crise, sob cerrada oposição e ainda obteve mais de 43 milhões de votos. Somos todos idiotas desinformados? Eu adoro estar deste lado. Não sinto ódio pelos tucanos e seus eleitores, não acredito em duende nem no fim do mundo, sei exatamente como o jogo é. Nós nos preparamos para isso durante anos, mesmo tendo um ex-sociólogo nos infantilizando, uma pessoa pública que sempre respeitei mas que agora tem um comportamento inaceitável para alguém que foi relevante. Tenho a tranquilidade de um lado, a tranquilidade de quem tem certeza de saber o que aconteceu e o que será, a tranquilidade de quem sabe que vai vencer. No dia 26 Dilma terá de 4 a 5 pontos de frente e vencerá. Posso errar? Claro. Mas o eleitorado já se reacomodou em novo patamar e este favorece Dilma. Mas não seria demais pedir um pouco de serenidade. O Brasil merece mais que debater uma eleição como se estivéssemos entre o abismo econômico e moral - O QUE NÃO É VERDADE - e a redenção milenarista de salvação representada pelo PSDB. Vote em Aécio e seja infeliz, se assim lhe apetece. Mas me deixe votar em quem eu quiser sem ofensa, sem agressão. Eu e todos os mais de 55 milhões que votarão em Dilma no dia 26.

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