sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Três dias para o pleito, a confirmar a vitória - a vantagem de Dilma e o projeto a ser aprofundado.

     Faltam dois dias de campanha e três para o pleito. Ibope (8 pontos) e Datafolha ) 6 pontos) indicam o "descolamento" de Dilma Rousseff e a imagem da "boca de jacaré". O IBOPE parece ter sido muito cuidadoso com essa pesquisa, talvez até tenha refeito o campo. Mas nada disso importa. Continuo acreditando em uma vitória e por uma margem ligeiramente menor - de 4 a 5 pontos. O fato é que Dilma deve vencer - apesar do jornalismo comandado pelo esgoto aberto, dos brancos anti-éticos, dos camisas negras com fundo azul e da horda truculenta. O país consagrará sua candidatura e seu projeto por algo entre 52% e 53% do eleitorado com votos válidos. Isso configura uma forte divisão: pelo lado dos eleitores que preferem o projeto do PSDB, um sentimento estranho de irritação com os mais pobres e seus avanços, o desafio proporcionado por novos padrões de consumo, a política externa, um difuso e confuso movimento anti-corrupção (inflado pelo lacerdismo do PSDB-UDN) e um seletiva indignação contra o PT estar há doze anos no poder (lembrando sempre que o PSDB está passando 20 em SP), aliado por um temor falsificado do "comunismo" . Pelo lado do PT, a defesa de um novo padrão de desenvolvimento calcado na expansão de uma economia social de mercado, novos padrões de consumo e renda, políticas industriais mais ativas, financiamentos públicos e políticas sociais (espera-se) mais inclusivas.
     Para completar o projeto, a confirmaçao da vitória de Dilma, precisa sinalizar a ela e seus estrategistas o recado que os eleitores estão fornecendo abundantemente: é hora de virar para políticas de inclusão mais ousadas. Abandonar qualquer ilusão de "rede de proteção social", o que determina políticas sociais compensatórias e para longe da universalização de serviços; desenvolver mecanismos de democratização!ao da mídia pela regulamentação do dispositivo constitucional sobre a propriedade dos meios de comunicação e com relação a uma legislação por direito de resposta; uma política ativa de emprego, aproximando políticas sociais e emprego de qualidade com formação adequada; valorização dos mecanismos de ação econômica de fortalecimento do setor público e dos bancos públicos como agentes do desenvolvimento; incentivo aos mecanismos de participação e aos arranjos de concertação com a sociedade civil e o desenvolvimento de uma agenda ambiental que permita avanços no diálogo crescimento/sustentabilidade, acoplando este debate ao nível de emprego e de qualidade de vida com projetos locais de desenvolvimento. Sei que isso representa um programa, mas nós já começamos. Não desejamos é ter Meireles, Palocci ou gente desse calibre no governo. As ruas sinalizaram, neste segundo turno, que o PT voltou até elas, a esquerda (que importa) uniu-se e convergiu com DIlma (mesmo criticamente), os mais beneficiados com o governo também responderam. Mesmo com um Congresso muito dividido e sem capacidade para construir maioria de 2/3, cabe governar olhando para o lado e para o projeto mais largo, há espaço para uma maioria simples mais sólida e a condução de políticas na margem permitida pela ação do executivo. E é preciso politizar a agenda: por exemplo, imposto sobre grandes fortunas e alteração no imposto de renda com alíquotas mais progressivas apresentaria ao Congresso uma pauta que, articulada a uma boa estratégia de mídia, pautaria o debate pela sociedade e não exclusivamente no parlamento. A hora está chegando. Com timidez, daqui a 4 anos, os camisas negras de fundo azul estarão aí de novo. Dia 26 é Dilma - 13. Não se pede mais que vitória.

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