quinta-feira, 19 de julho de 2012

A Europa e a mediocridade de seus líderes - desta vez, um relatório da OIT



Muito se tem falado sobre a crise europeia - que aliás não é propriamente europeia, mas do conservadorismo econômico. Senão vejamos: países menos ortodoxos crescem mais, saem mais rápido das pressões, criam mecanismos de estímulo, atuam em seu campo, monitoram melhor sistemas bancários ...
Enquanto isso, a Europa debate-se em uma crise louca de liquidez, inatividade de estímulos, programas de reforma (cortes e mais cortes, incluídos direitos) e discursos antigos. Os conservadores europeus, incluídos alguns "socialistas", resolveram aproveitar a janela de oportunidade para fazer o que são incapazes de implementar por completo: atacar o estado de bem-estar. Em nome disso, naufragam o modelo social europeu, as iniciativas de diálogo da União e, no limite, estão implodindo a unidade econômica. A Comissão Europeia  é fraca e sem iniciativa. Aliás, o Presidente da Comissão, Durão Barroso é fraco e conservador, está longe da sombra de Jacques Delors. Os líderes nacionais retomaram a agenda para si e o mantra conservador se expande. A Grécia em conflito, a Espanha conflagrada, a Itália desmoronando, a Irlanda também quebrada, Portugal se esvaindo ... e a Alemanha decidiu impor sua vontade?
Quem conhece a história recente da Europa, sabe o quanto ela depende do equilíbrio franco-germânico. E quanto a Grã Bretanha tem papel secundário e, quando resolve ser protagonista, se coloca a margem da união.
Esta é uma conversa longa. Seria tão bom se as pessoas conhecessem mais da história europeia recente. Uma grande indicação é o excepcional texto de Tony Judt, autor, infelizmente, prematuramente falecido. Seu "Pós Guerra - Uma História da Europa desde 1945" (Ed. Objetiva) é um primor. Aliás, outro livro seu - "O Mal que Ronda o Mundo", ajuda a explicar muito esta crise recente e da inapetência da esquerda em enfrentar uma agenda que representava (e creio ainda representa) uma janela de oportunidade diferente. é um livro simples, escrito por um paciente terninal e com uma lucidez assustadora e não pomposa.

Enquanto isso sugerimos o relatório da OIT mencionado no título do post; veja AQUI.

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